A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) realizou uma pesquisa nacional para entender as expectativas dos empresários do setor de alimentação fora do lar para o Dia dos Namorados e também os principais desafios da área. O levantamento foi realizado em maio de 2024 e contou com 2.748 participantes de todas as regiões do Brasil e traz dados que mesclam otimismo e preocupação.
Otimismo para o Dia dos Namorados
A pesquisa mostra que 74% dos empresários esperam um faturamento maior neste Dia dos Namorados em comparação ao ano passado. O otimismo é generalizado, com 66% dos entrevistados projetando um aumento de até 30% nas receitas.
Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “esta é uma data crucial para muitos estabelecimentos, e estamos confiantes de que este ano trará resultados positivos na maioria do país.”
Inflação e Preços
Mesmo com as boas expectativas para a festividade, o cenário não é totalmente positivo no setor de food service. A pesquisa destaca que 39% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar seus preços nos últimos 12 meses, enquanto 51% ajustaram os preços conforme ou abaixo da inflação. Apenas 10% dos empresários conseguiram reajustar os preços acima da inflação, evidenciando as dificuldades em repassar os aumentos de custos para os consumidores.
Endividamento e Prejuízos
Outro ponto crítico revelado pela pesquisa é o alto índice de endividamento. Atualmente, 41% das empresas têm dívidas em atraso. Dentre esse público, 72% devem impostos federais, 53% impostos estaduais, 38% possuem empréstimos bancários pendentes, 31% têm encargos trabalhistas e previdenciários em atraso, 30% devem serviços públicos, 27% estão inadimplentes com taxas municipais, 26% devem a fornecedores de insumos e 23% têm aluguel atrasado.
Além disso, 26% das empresas registraram prejuízo em abril, 38% conseguiram se equilibrar e 36% obtiveram lucro. Para 42% dos empresários, o faturamento de abril foi menor do que o de março, enquanto apenas 30% reportaram um aumento.
Situação Crítica no Rio Grande do Sul
Outro demanda abordada foi a situação crítica do Rio Grande do Sul. A economia local do setor de alimentação fora do lar foi gravemente afetada pelas enchentes recentes. Mesmo estabelecimentos não diretamente atingidos estão enfrentando uma queda drástica no faturamento desde abril, com muitos sem condições de pagar os salários em junho.
“A situação é gravíssima e precisa de atenção. É preciso uma ação urgente por parte das autoridades,” alertou Solmucci.